quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Crônica Q Ora Bolas

Esses objetos esféricos e coloridos que deslizam sobre o pano de uma mesa retangular, formam ao término de cada jogada, uma posição única e assimétrica. Compõem um conjunto homogêneo no tamanho, porém, com um colorido cintilante e diversificado feito as sete cores do arco-íris. Sem elas - as bolas de sinuca - não há jogo.


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A Tacadeira – És tu que inicias todas as jogadas. Apesar de seres arremessada contra todas, tens a alma repleta de uma pureza alvejante. Quantos te enganam e tu nem dás bolas. Prometem, em pensamento, que irás em uma direção e que pararás em lugar tranqüilo e seguro. No entanto, te arremetem para lugares incertos e não sabidos. Quando estás na mão, proporcionas ao mandante várias opções de jogada. Jamais tiveste o interesse em ir ao poço.




Tu e tuas companheiras de cor possuem o menor valor extrínseco entre todas. Todavia, a jogada em  que dás a vida equivale ao valor do sangue que corre em tuas veias. Não é à toa que te chamam de Az.



És a primeira entre as finalíssimas. Quando chega a tua vez a coisa embala. No jogo nunca amarelaste, pois vales ouro.
Vives visivelmente camuflada sobre o pano verde. Quase sempre ficas quieta em teu ponto até que é chegada a tua hora. Apesar de tua timidez, muitas vezes servem-se de ti para alcançar jogadas vencedoras.
Já, na saída das partidas querem te usar como escudo entre a tacadeira e as vermelhinhas. És a de  menor valor entre as da linha longitudinal. Porém, és a primeira a ter a chance de terminar com a partida no momento marrom de tua morte.
Ficas situada num ponto estratégico do campo de disputa. Diria até que és a mais centrada no jogo. Numa gíria futebolística – jogas no meio-de-campo. És um excelente ponto de apoio para corrigir jogadas não tão perfeitas. Teu “sangue azul” caracteriza tua nobreza.

És a penúltima das chamadas “coloridas”. Em muitas situações a partida fica definitivamente encerrada com teu sacrifício mortal. Quando a “de maior valor” não foi bem preparada para a seqüência da partida, é a ti que recorrem para corrigir o erro. És ponto de referência para o triângulo vermelho do qual tu extrais, por aproximação, tão magnífica rósea cor. Como diz Cândido em Garganta da Serpente  “Pintada nos lábios de rósea cor traz a vontade de fazer amor”

Representas o clímax do jogo. Estás envolvida na vitória e na derrota, na alegria de um e na tristeza do oponente. Todos te procuram. Sacrifica-tes repetidas vezes para que seja alcançada a “maior tacada”. Quando estás só com tua algoz no campo de jogo, tua morte representa o encerramento da partida. Se no fim a igualdade permanece, teimas em voltar ao combate para que se estabeleça a definição da vitória. Regras específicas foram necessárias para traçar tua vida e o destino de teu negro visual.
Autor: Osli Cunha
Disponivel: http://www.strangersnooker.com.br/site/index.php?option=com_content&view=article&id=88&Itemid=91

by: Bruna Estefani

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